Carne vermelha faz mal à saúde?

27/06/2011 13:45

 

Macia, saborosa e nutritiva. Mas será que ela é mesmo a vilã das refeições?

A carne vermelha é sempre um grande tema da nutrição, seja pelos seus benefícios ou pelas suspeitas de seus malefícios. Além disso, a preocupação em reduzir seu consumo virou mania e parece aumentar a cada ano.
No entanto, especialistas da American Dietetic Association, dos Estados Unidos, afirmam que cortar a carne vermelha do cardápio não é necessariamente uma boa opção, especialmente para quem gosta dela. Apesar de conter gordura saturada – sim, isso ocorre até com as carnes magras – se trata de um dos alimentos mais completos que existem, sendo fonte de ferro, proteínas e aminoácidos. Será que comer carne realmente faz mal à saúde?

Para o nutrólogo Luis Cláudio Meira, de Campinas (SP), o consumo de carne está de fato associado a um aumento no risco de problemas cardiovasculares, das taxas de colesterol e até ao aparecimento de alguns tipos de câncer. “Ainda assim, a carne não precisa ser retirada do cardápio”, diz ele. “O melhor a se fazer é escolher os cortes com menos gordura”. Ele explica que, para ser considerada magra, uma fatia de carne deve ter menos de 10 gramas de gordura total.
Ainda de acordo com Meira, entre as carnes mais comuns consumidas no Brasil os cortes mais magros são o patinho, o músculo e o coxão mole de boi, a costela e o lombo de vitela, e o lombo, o filé e a costela de porco.

As quantidades, naturalmente, são outro fator importante levantado pelos especialistas americanos. Segundo eles, as doenças e mortes relacionadas à dieta com carne vermelha atingem mais as pessoas que a consomem diariamente do que aquelas que fazem isso de vez em quando. Meira fornece uma medida mais exata: segundo ele, o ideal é restringir o consumo da carne a duas ou no máximo três vezes por semana. “Dessa forma é possível aproveitar os nutrientes importantes da carne, como a vitamina B12, o zinco e o ferro, sem sofrer por causa da gordura e dos fatores cancerígenos que possa conter”, diz ele.

Esses fatores ou substâncias cancerígenas podem estar presentes na carne indiretamente, em decorrência da alimentação dada aos animais – e, nesse caso, são mais difíceis de ser evitadas – ou do modo de preparo. “Dá para diminuir a formação de compostos cancerígenos durante o preparo optando-se pelo forno, em vez das temperaturas muito mais altas na panela, que escurecem a carne e trazem efeitos maléficos”, ele afirma. Pela mesma razão, outra recomendação do nutrólogo é dar preferência às carnes mal passadas. Segundo ele, elas estão mais presentes nas carnes ‘chamuscadas‘, que passaram muito tempo em fogo alto.